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Marcos Lisboa: "Regulamentação vai na contramão do mundo"

entrevista - 20/06/2011

Diretor executivo do Unibanco e ex-presidente do IRB-Brasil Re, Marcos Lisboa comemora a abertura do mercado de resseguros, mas alerta que a regulamentação proposta pela Susep tem falhas.


Como o senhor vê o processo de abertura do mercado de resSEGUROS?

MARCOS LISBOA: Vejo esse processo com muito otimismo e alguma preocupação.

Por quê?

LISBOA: A abertura retira algumas décadas de atraso do setor e, se bem conduzida, irá resultar em maior oferta de produtos e menores preços, sobretudo para os grandes riscos industriais. Isso significa menores custos para investir no Brasil.

Então, por que o processo o preocupa?

LISBOA: A primeira versão da regulamentação proposta é bastante pesada e vai na contramão das práticas adotadas pelo setor no resto do mundo.

Quais são os pontos negativos?

LISBOA: Compreendo que o setor tenha receio do impacto da concorrência sobre o mercado, mas os órgãos reguladores talvez devessem dar maior peso à melhoria da oferta de SEGUROS, e não à preservação do status quo.

O senhor acredita que a abertura pode não significar uma maior competição do setor?

LISBOA: Competição sempre gera sofrimento para as empresas existentes, sobretudo em um mercado defasado como o nosso. Porém, dificultar a entrada de novos participantes e restringir a difusão de novas técnicas e produtos significa evitar os benefícios da abertura. Manter o status quo significa não aumentar a oferta de produtos nem reduzir custos, deixando de beneficiar o consumidor.

Fonte: O Globo