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Seguro Pirata chega aos pontos mais distantes do país

vendas - 18/05/2011

A comercialização do Seguro Pirata das associações e cooperativas de proteção veicular não se restringe ao eixo Rio-São Paulo e já há relatos que comprovam a venda do “produto” em todas as regiões brasileiras. A atuação dessas organizações é irregular, mas mesmo assim elas ludibriam os consumidores com uma operação sem regulamentação e sem atendimento às exigências legais, como o lastro de capital que o governo estipula para todas as seguradoras.

O corretor Alex Britto, de Natal, ficou sabendo de uma empresa que opera em sua cidade, oferecendo o Seguro Pirata e atuando “principalmente no ramo de locação de veículos, além de oferecer esse seguro para as pessoas”. Na avaliação de Britto, “por se tratar de uma cidade turística, a ‘febre’ do seguro com associações está demais”.

Já a corretora Margarida Leonel, de Curitiba, recebeu ligação “de um tal de Amauri, que se apresentou como gerente de cooperativa de seguros”. Ela conta que “deu bastante corda e deixou ele falar”, a fim de anotar telefone e-mail do vendedor de Seguro Pirata.

Também o corretor Deusdete Mantovanelli, de Vitória, narra que tem se movimentado para saber “se há algum colega que faz parte dessas porcarias que chamam de associações”, apontando que há várias delas no estado do Espírito Santo e “o atendimento é péssimo, po8is quando se trata de liberar serviços para terceiros, somos obrigados a acionar o seguro verdadeiro para reparar danos causados por esses associados”.

E, diretamente de Jaru Rondonia, no extremo Norte do país, o corretor Valtiele Bezerra, da VSB Corretora de Seguros, parabeniza a cobertura do CQCS sobre o tema e ressalta que a cidade tem apenas 60 mil habitantes. “Mas já encontrei panfleto de propaganda desse segmento. Fiquei sabendo, inclusive, que vão montar um escritório no município. Essa prática realmente está virando praga em todo o Brasil”.

Mas o corretor Alexandre Bezutte, de Ribeirão Preto, pondera se as associações realmente incomodam. “Vejo colegas questionarem que essas associações não possuem ações judiciais, ao contrário das seguradoras”.

Fato é que a situação assusta os profissionais mais experientes, que já têm sua carteira de clientes formada, e para alguns corretores, sobretudo para quem está em início de carreira, trata-se de uma distorção que afeta a atividade, sobretudo no aspecto da “concorrência desleal”, como caracteriza o corretor Diogo Leal, da capital de São Paulo.

“Via internet, tenho contato com consumidores Brasil afora e me deparei, principalmente em regiões interioranas, com as cooperativas e associações que oferecem proteção veicular. Nunca tive informações precisas sobre essas empresas, mas sempre considerei algo ilegal. Percebi depois que elas utilizam meio jurídicos para burlar a lei, isto é, tentar passar ao consumidor que a prática é legalizada”, analisa Leal.

Ele reforça que as distribuidoras do Seguro Pirata ainda atacam as seguradoras legalizadas e regulamentadas. De qualquer forma, ele levanta a dúvida, porque a Lei 7.492/86 “dispõe sobre a captação e administração de seguros sem devida autorização, que é crime, mas acontece que essas instituições não assumem o produto como seguro, e sim como rateio, proteção, mutualismo, qualquer nome, menos seguro”.

Fonte: cqcs