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Capitalização: Colômbia quer copiar modelo brasileiro
intercâmbio - 06/05/2011
Executivos da Colpatria, um dos grupos seguradores mais tradicionais da Colômbia, encerram nesta quinta-feira (5) uma visita de três dias ao Brasil. O principal propósito dos quatro executivos da seguradora é obter informações do mercado de capitalização brasileiro e avaliar o que é possível introduzir no modelo colombiano para revitalizá-lo.
Segundo o diretor da FenaCap, José Ismar Alves Tôrres, os colombianos mostraram particular interesse na segmentação adotada pelo mercado brasileiro a partir de 2008, a fim de atingir novos nichos de mercado e tirar maior proveito da estabilidade econômica. No Brasil, além do produto Tradicional(o mais vendido e cuja principal característica é restituir o valor total dos pagamentos efetuados no fim do contrato), há o Popular (destina-se às classes C e D e não há devolução integral dos valores, mas permite que o consumidor participe de sorteios premiados); o de Incentivo (é vinculado a um evento promocional de incentivo ou de premiação, e o público consumidor é constituído por empresas. Não há devolução integral dos pagamentos) e o de Compra Programada (possibilita a aquisição de um bem ou serviço). A modalidade de Incentivo foi a que mais chamou a atenção dos colombianos.
Na Colômbia, o mercado de capitalização, ainda que mantenha a receita em alta, tem cada vez menos operadores e baixa taxa de expansão. Há 15 anos, eram sete entidades de capitalização e, no ano passado, contavam apenas duas empresas, incluindo-se aí a Colpatria. A receita média anual situou-se em US$ 500 milhões no ano passado. O montante anual é inferior à receita mensal obtida pela capitalização no Brasil.
Este esvaziamento no número de players, relata o gerente de Capitalização da Colpatria, Cesar Bernal, é uma resposta do mercado da Colômbia a uma crescente desconfiança dos colombianos, que ainda encaram a capitalização como investimento financeiro e não como um produto de acumulação de recursos e distribuição de prêmios via sorteio. "Daí porque queremos conhecer mais de perto o mercado brasileiro, entender as razões de sua boa performance e adotar ações bem-sucedidas aqui em nosso país para rejuvenescer nosso setor de capitalização, que existe há 70 anos em nosso país", disse Bernal.
Na Colômbia, ao contrário das quatro modalidades ofertadas no Brasil, só existe o produto tradicional, ou seja, aquele que oferece prêmios aos donos dos títulos durante a fase de acumulação. Outro diferencial é que o produto colombiano não oferece qualquer correção monetária, ao contrário do brasileiro, e tem prazos muito longos, de até 30 anos.
Além de Bernal, a missão colombiana é integrada por Juan Carlos Matamoros, vice-presidente Comercial da Colpatria, Janeth Vargas Vanegas, gerente de Investigação e Mercado, e Rafael Montoya, gerente de Operações do grupo colombiano. Eles participaram de encontros na CNSeg, na FenaCap e com executivos das principais empresas de capitalização brasileiras, como Brasilcap, Sulacap, Bradesco Capitalização e Itaú Capitalização.
Fonte: Viver Seguro

