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Enchentes podem provocar aumento geral de preços

mercado - 06/05/2011

As resseguradoras internacionais acompanham com atenção redobrada e certo grau de preocupação o aumento dos prejuízos causados por enchentes no Brasil, País que sempre ostentou a fama de ser praticamente imune às catástrofes naturais. A apreensão aumentou esta semana, após a divulgação de estudo da Swiss Re, segundo o qual nos últimos 11 anos, os alagamentos causaram perdas anuais médias de cerca de US$ 250 milhões. E mais: cerca de 120 pessoas morreram, a cada ano, vitimadas por esses acidentes.

Além disso, a Swiss Re apurou que, anualizado, os riscos de inundações apurados no começo deste ano atingiram a marca de US$ 1,2 bilhão de prejuízos, em decorrência das chuvas fortes que castigaram a Região Sudeste, principalmente o Rio de Janeiro e São Paulo.
A análise feita pela Swiss Re sinaliza que os impactos das enchentes podem continuar aumentando no Brasil em conseqüência das alterações climáticas.

A resposta do mercado internacional pode ser o reajuste no preço do resseguro pago por consumidores brasileiros, embora nenhuma empresa tenha anunciado algo nesse sentido, até agora.
O mercado brasileiro também está preocupado. Entre os seguradores, cresce o temor de que tais riscos possam interferir no desempenho do setor em carteiras mais sensíveis. Assim, executivos do setor pregam a necessidade de se adotar uma cautela maior na subscrição de riscos.

É o caso do ramo de Transportes, onde já prevalece uma tendência de crescimento da taxa média de sinistralidade. Segundo o presidente de Comissão de Transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Paulo Robson Alves, entre os fatores que provocam a elevação do número de sinistros estão as enchentes, alagamentos e a interrupção de estradas por queda de barreiras. “A conclusão a que se chega é de que há evidências de elevação da frequência de sinistros para mercadorias perecíveis”, afirmou o executivo, em entrevista ao Portal Viver Seguro, da Confederação Nacional de Seguros (CNSeg).

Segundo ele, a desaleceração da produção brasileira reflete na movimentação de cargas com reflexos no setor de seguros, o que poderá provocar uma mudança nos critérios de subscrição, motivado pela queda da massa de prêmios e a manutenção do coeficiente sinistro prêmio, que continua elevado. “As taxas de prêmios podem subir para equilibrar a equação de seguros”, admitiu.

Fonte: seguros.inf.br