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Japão: indenizações podem atingir até US$ 45 bilhões
Terremoto - 06/04/2011
US$ 45 bilhões. Essa é a mais recente estimativa de indenizações por perdas causadas pelo terremoto seguido de tsunami no Japão, no último dia 11. Apesar disso, de acordo com estudo da corretora de resseguros Tower Watson, o desastre não terá um efeito devastador no capital da indústria de seguros mundial. De acordo com a consultoria, as perdas econômicas chegam a US$ 300 bilhões e as indenizações a serem pagas pelas seguradoras flutuam em uma faixa entre US$ 20 bilhões e US$ 45 bilhões. A tragédia, com o terremoto de magnitude nove, o quinto maior já registrado em todo o mundo, contabiliza mais de 26 mil pessoas mortas e desaparecidas.
A diferença entre as perdas econômicas e as perdas seguradas está na estratégia do governo japonês e das seguradoras japonesas em assumir a maior parte do risco de terremoto no País, uma vez que as seguradoras estrangeiras cobram um preço elevado por estar o Japão localizado sobre a região conhecida como Círculo do Anel de Fogo do Pacífico, com cerca de sete mil tremores ao ano de pequena magnitude. Em relação as perdas pela exposição nuclear, a indústria de seguros mundial não sofrerá qualquer abalo por estar o risco limitado ao pool de seguradoras do governo japonês.
William Eyre, diretor da Towers Watson, acredita que o evento do Japão difere da catástrofe provocada pelo furacão Katrina, em 2005, quando as agências de classificação de riscos emitiram um sem-número de rebaixamento de rating. Na época, praticamente 45% das perdas econômicas estavam seguradas e uma significativa fatia havia sido pulverizada no mercado internacional de resseguros. Segundo a análise da corretora, caso não ocorra outro evento de grandes proporções, o capital das companhias permanece sólido, diante de bons ganhos registrados em 2009 e 2010. A corretora também afirma que, das perdas seguradoras no Japão, menos de US$ 15 bilhões envolvem contratos de resseguros, concentrando as perdas nas seguradoras japonesas.
Logo após o Katrina, com perdas seguradas de US$ 72 bilhões, os preços de resseguro para catástrofes registram alta entre 50% e 100%, por ter sido a perda agravada por outros furacões, Rita e Wilma. Isso fez com que várias empresas saíssem do mercado, o que reduziu a oferta de capacidade e, consequentemente, aumentou o preço do seguro num momento de forte demanda das empresas preocupadas em proteger o patrimônio da fúria da natureza.
No caso do Japão, boa parte da perda não está ressegurada no mercado internacional. Tanto que, para muitos resseguradores, o valor a ser pago pelos terremotos na Nova Zelândia deverá ser maior do que o desembolso no Japão.
Em razão disso, a Towers Watson projeta aumento entre 20% a 50% para os programas japoneses. Já as renovações de seguros na Austrália e Nova Zelândia, geralmente realizadas em julho, deverão sofrer aumento de taxas significativos.
O estudo não fala no Brasil. Mas a expectativa é de que as resseguradoras deverão correr para países com baixa exposição de catástrofes para recuperar a rentabilidade perdida neste ano. O Brasil é um dos alvos favoritos por ter de preparar o pais para sediar a Copa em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Eventos com data certa para ser realizado e com poucas chances de não serem realizados. No entanto, o atraso das obras faz com que as seguradoras e resseguradoras sejam muito cuidadosas na precificação dos contratos.
Fonte: Viver Seguro